3 de fevereiro de 2011

Alma:

  • corpo feroz dentro de mim,
  • corpo sem corpo que me devora tudo o que sou.


Perdi o poder que tinha. Perdi o poder de sonhar, e, sem sonho, a minha vida perde o tom. O silêncio apodera-se de tudo, e, na minha cabeça, todo o barulho do mundo me eloquece.

A preto e branco vejo o céu, como vejo tudo o que me rodeia. Mas o sangue corre da minha alma para o meu pulso, do meu pulso para a faca, da faca para a pele e da pele para o chão. O sangue continua vermelho vivo de lágrima de dor, vermelho vivo de vida sem sentido.

O piano não pára, a lucidez já foi perdida. Sou incoerente, eloquente. Fujo de um mundo que todo ele faz sentido, um sentido que eu não entendo.



“A dor acostumada não se sente.” Luis Vaz de Camões

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